segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Filme

“Ilha das Flores”

O referido documentário me causou vários tipos de reações. A primeira foi de rir, pois o curta usa uma linguagem enciclopédica e retoma várias vezes à enunciados já expostos. Este efeito fez com que ele tivesse um ar de descontração, já que ainda não tínhamos conhecimento do verdadeiro foco que o curta queria retratar.
O protagonista da história é um tomate podre. A princípio, conhecemos onde ele nasceu e como chegou à casa de uma consumidora, sempre dando ênfase e satirizando de uma forma espontânea e divertida os processos, tanto sociais como econômicos, que transportaram este tomate. Depois, o primeiro foco do curta aparece: o problema ambiental que o lixo causa. Conhecemos a Ilha das Flores, que é o lugar para onde vai o tomate podre que aquela consumidora julgou não servir para sua alimentação. Ao chegar neste local, que é um grande depósito de lixo, o tomate é novamente selecionado, agora para servir de alimento para os porcos. O tomate também não passa por este teste e é aí que observamos o verdadeiro sentido do documentário.
Ao ser desprezado como alimento para os porcos, o tomate podre fica a mercê da população que reside próximo ao lixão. Estas pessoas se alimentam do que é “deixado pelos porcos”. Esta é a verdadeira temática do documentário, que utiliza uma linha de raciocínio em que tudo pode ser explicado com enunciados lógicos. Tudo menos a liberdade, que é "palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda". E esta liberdade está diretamente ligada aos fatores socioeconômicos que o ser humano possui, ou não possui, como é o caso dos habitantes da ilha das Flores.
A intensa dualidade entre temas tão importantes, tratados de uma maneira tão impessoal, dá ao documentário características singulares. Características essas, que impressionam a qualquer um que o assistir. Nuances de humor, porém, com um enfoque tão dramático, tudo isso tratado com o mais puro cientificismo enciclopédico. O documentário “Ilha das Flores” com certeza marcou-me profundamente, tais como suas questões filosóficas e sociais, que nos remetem ao pensamento de mudança, de atitude e ao mesmo tempo, de impotência.

Por: Pedro Felipe de Lima Henrique




Um comentário:

  1. Olá Ivoninha!
    Confesso que não vi o documentário, li apenas a postagem e, somente com a exposição feita pelo Pedro Felipe já estou me sentindo mal e impotente diante da história do tomate da Ilha das Flores...
    E assim, 'caminha a humanidade' com o 'mal estar da civilização'.
    Abraço de um blogueiro navegante.

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.” (Jefhcardoso)

    Convido para que leia e comente “Amélia é que era mulher de verdade” em meu blog http://jefhcardoso.blogspot.com
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